Zeferino's Diary


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Segredo da felicidade?


            Vou começar esta mensagem com algo que irá atiçar o interesse pelo texto um tanto longo sobre a FELICIDADE,
            De imediato eu adquiri respeito por uma sociedade tão sábia e feliz ... rs rs


BUTÃO:  O  PAÍS  DA  FELICIDADE



            Uma "curiosidade" butanesa – que não posso afirmar se está diretamente relacionada à felicidade – é a popularidade do pênis. Sim, existem pênis enormes, artisticamente pintados nas fachadas das casas e prédios, bem como pênis eretos de madeira fixados sobre portais. Os butaneses curtem o pênis. Fiquei sabendo que acreditam que o pênis ereto afasta o mau olhado. Nas lojas de souvenires pode-se comprar pênis de diversos tamanhos para várias finalidades, seja para pendurar no pescoço ou usar de outras formas. Também fiquei sabendo que há altares onde se reza ao pênis, em homenagem a Drukpa Kuenley, deus da fertilidade. E não se vê conotação pornográfica nisso: é tudo muito natural... E põe felicidade nisso!

            O Butão é uma das principais referências e país onde surgiu o interessante conceito do FIB, o índice de "Felicidade Interna Bruta", que hoje está sendo aplicado em outros lugares também. O astrólogo e engenheiro civil Otávio Azevedo visitou o Butão e conta o que viu:

            Acabei de voltar do Butão, muitas vezes apelidado de "o país mais feliz do mundo", e pude ver "in loco" que este epíteto tem um fundo de razão. Difícil quantificar essa coisa chamada "felicidade" em termos de mais ou de menos, mas mesmo sendo uma das nações mais pobres do globo, de acordo com a ONU, o Butão figura entre as dez mais felizes, segundo pesquisa da University of Leicester, no Reino Unido. O país tem fome zero, analfabetismo zero, índices de violência insignificantes e nenhum mendigo nas ruas. Não há registro de corrupção administrativa e o povo adora o rei, Jigme Khesar Namgyal Wangchuck, bem como a rainha, Jetsun Pema. Na verdade, é essa veneração ao rei e à rainha que chama logo a atenção de quem anda pelo país: a foto do casal real se encontra em todos os lugares, de estabelecimentos comerciais a praças, casas, hotéis, tudo, e muitas vezes se vê várias fotos do casal num mesmo local. Até no formulário de imigração do aeroporto, a foto do casal real aparece! Agora, vamos combinar: eles são lindos! Eu nunca tinha visto antes foto de um rei e sua rainha tão formosos, nem a da Grace Kelly com o príncipe de Mônaco, Rainier III. Não dá vontade de parar de olhar para a foto do casal real butanês, que parece encarnar um conto de fadas: o casamento de um rei com uma plebéia. Os butaneses têm muito orgulho do seu rei, que usualmente circula no meio do povo apertando as mãos dos seus súditos.

            Numa loja que entrei, a título de brincadeira perguntei à vendedora se ela se casaria com o rei, e ela candidamente me repreendeu dizendo que "amava seu rei com todo o coração, bem como a sua rainha, que, para ela, eram deuses vivos". Continuando, disse que "orava pela saúde do casal real todos os dias, com amor e devoção". O respeito e a emoção com que se referia ao rei e à rainha, logo me colocaram diante de um fator difícil de imaginar em países desenvolvidos: no Butão existe um verdadeiro respeito por aqueles que encarnam o poder. Não há vestígio de corrupção, assim como não há gorjetas nem outras formas de "agrados"; de um modo geral os butaneses são pobres, mas são mesmo felizes.

            Sabendo que esse primeiro motivo, por si só, seria insuficiente, continuei procurando outras razões que explicassem a felicidade deste país, já que a riqueza material não é a tônica, e logo me deparei com algo que já tinha observado em outras andanças: me parece que o budismo é a religião mais próxima da felicidade de um povo. Não sou budista (ainda) mas essa religião-filosofia me sugere propiciar um senso de felicidade com o seu ensinamento da impermanência das coisas. O budista parece não sofrer muito com questões materiais. E no Butão, quase toda população é budista; são praticantes fervorosos.

            Outro possível motivo de felicidade é a beleza natural do país, situado entre as montanhas do Himalaia. Com uma a população relativamente pequena – 700.000 habitantes – e bem distribuída, se procura preservar as tradições culturais. A beleza a que me refiro não se restringe apenas à natureza, mas ao povo também. As pessoas são muito bonitas à sua maneira; as mulheres butanesas, em especial.

            A astrologia é amplamente praticada e costuma-se determinar a data de eventos através da mesma. Fiquei sabendo que apesar das casas e prédios não terem um projeto específico de arquitetura, costumam ter um projeto astrológico, levantando-se as posições favoráveis para iniciar a edificação. Da mesma forma os grandes eventos são norteados pela astrologia, e não é de se espantar que a data e hora da posse do rei Jigme Khesar Namgyal Wangchuck, bem como o das suas núpcias, tenham sido levantados por astrólogos... Analisar o mapa da coroação do rei (o farei em breve) é dar de cara com uma competência astrológica que funciona espetacularmente: a popularidade inconteste do rei é prova disso. No universo da astrologia, considera-se o mapa astrológico da posse de Elizabeth I, elaborado por John Dee em 1558, o melhor trabalho eletivo já realizado. Mas eu acho que os astrólogos butaneses não ficam atrás, e colocar o sol da posse na Casa 11, com a Vênus no ascendente, foi um golpe de mestre para a popularidade do monarca. Normalmente mapas de posse vêm com o sol na casa 10, por volta do meio dia, mas os butaneses parecem preferir o sol na onze e, dessa forma, a coroação real se dá pela manhã.







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